SISU

Avaliação pessoal é primeiro passo para escolha acertada de caminho profissional

Tatiana Notaro
Tatiana Notaro
Publicado em 10/09/2019 às 10:15
Orientação profissional. Foto: Luiz Pessoa/JC360
Orientação profissional. Foto: Luiz Pessoa/JC360 FOTO: Orientação profissional. Foto: Luiz Pessoa/JC360

A entrada na vida universitária através do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) protela por um tempo a decisão que precisava, até então, ser tomada no momento na inscrição do vestibular. Uma pergunta corriqueira feita a crianças - “o que você quer ser quando crescer?” -, que requer maturidade e orientação para ser respondida, precisa virar decisão ainda no fim da adolescência. E a escola é agente fundamental neste caminho.

Primeiramente, relembra o coordenador do Ensino Médio e do Pré-Enem do Colégio GGE em Caruaru, Agreste de Pernambuco, Tárcio Farias, o aluno precisa lembrar que o caminho tomado hoje não é irreversível. No entanto, para que a decisão seja o mais certeira possível, a primeira iniciativa do GGE é “instigar o questionamento” e minimizar a ansiedade.

“Para isso, criamos o Encontro de Profissões, evento que traz para a escola profissionais das áreas de Saúde, Humanas, Exatas e Carreiras Militares, incluindo também a presença de representantes de universidades públicas e particulares. O objetivo é sanar as dúvidas dos alunos e também de seus pais e familiares, já que o encontro é aberto a toda a comunidade escolar’”, explica o coordenador. Ao final do evento, as palestras são disponibilizadas no canal do colégio no YouTube, o GGETV (que você acessa clicando aqui). Dessa maneira, estudantes de todo o país podem também se beneficiar com o conteúdo do Encontro de Profissões do GGE.

Esse ensejo é provocado desde o 9° ano do Ensino Fundamental 2, última série antes do Ensino Médio. Todas as unidades do GGE contam com o Serviço de Orientação Educacional e Pedagógica (SOEP), que tem atividades voltadas à escolha vocacional como uma das atribuições.

Psicóloga do SOEP, Emanuela Freire explica que a equipe se antecipa às dúvidas dos alunos e promove atividades que ajudam na escolha profissional. “O início do projeto é esse encontro com profissionais, em que fazemos rodas de conversas para falar sobre atividades, dificuldades e características de cada profissão”, explica. Posteriormente, é feita a orientação propriamente dita, quando se discute o que é preciso levar em consideração na hora de fazer uma escolha. “Dentro desses critério, preciso entender, em mim, como me situo nesse universo, como minhas habilidades vão se encaixar na minha escolha”, diz Emanuela.

 

Emanuela: orientação aos alunos é constante no GGE | Foto: Luiz Pessoa/JC360

 

Ainda de acordo com a psicóloga, as dúvidas são muito comuns e, muitas vezes, as opções são bem diversas. “Temos alunos que estão em dúvida entre Medicina e História, entre Música e Engenharia. ‘Para onde eu vou?’, eles perguntam. E é claro que, dentro da orientação, a gente vai conversar sobre o retorno financeiro, um dos reconhecimentos da profissão, após a faculdade. Mas é mais que isso. Lá na frente eles vão colher os frutos de uma escolha, boa ou não tão boa”.

E se não for isso?

“É bem comum a insegurança com relação à profissão. Existe o sonho, o desejo de seguir por um caminho, mas ainda não está muito claro para o aluno o porquê”, diz o coordenador do Ensino Médio do Colégio GGE, no Recife, Tayguara Velozo. E ele diz que o formato do Sisu é muito interessante neste aspecto.

Através do Sistema, lembra Tayguara, o aluno pode fazer sua escolha de acordo com a nota obtida no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Um aluno que queria Medicina mas não obteve resultado suficiente pode ter outras possibilidades: entrar em Enfermagem, em Odontologia”, analisa.

Tayguara concorda que o sistema educacional brasileiro exige que a escolha profissional seja feita muito cedo, mas que as possibilidades sempre existirão. “Os alunos sabem que é um prazo que eles têm, mas se isso será uma escolha permanente é outro ponto. Para essa juventude, as mudanças são mais fáceis de acontecer. Hoje eles não estão mais tão presos a esse costumes, sabem que é possível mudar”.