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Diego Hypólito detona diretoria do Flamengo

NE10
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Publicado em 06/06/2013 às 11:08
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O ginasta Diego Hypólito foi único representante brasileiro nas Olimpíadas de Pequim, é bicampeão mundial no solo e membro ativo da seleção brasileira. Mas parece que todo esse prestígio e reconhecimento nacional não foram suficientes para segurar sua vaga no time do Flamengo que, depois de 19 anos de parceria, dispensou o atleta no fim do ano passado.

Como se não bastasse, o time do coração do ginasta - que é de Santo André, São Paulo, mas se mudou ainda criança para o Rio de Janeiro - tentou cobrar uma taxa de transferência para que Diego pudesse atuar usando outro uniforme. Inconformado, o ginasta deu entrevista ao blog de Leo Dias, em que comentou a taxa abusiva e revelou que o Flamengo ainda lhe deve nove meses de salários atrasados.

"O Flamengo procurou a gente dizendo que tínhamos que pagar uma transferência. Eu achei um absurdo, porque nós fomos mandados embora e, além do mais, eles ainda nos devem dois meses de salários atrasados", disse.

"Na realidade, eles sumiram. Na época da demissão, eles quiseram que nós assinássemos um termo absurdo em que nós nos responsabilizaríamos pela multa contratual, abdicaríamos do salário, tudo um absurdo. Era um termo para eles não pagarem nenhuma multa. E agora vêm com essa de taxa de transferência? Eles que não quiseram mais a gente, depois de 19 anos! Eu nunca vi isso na minha vida: ser mandado embora e ainda ter que pagar para sair", desabafou.

O irmão de Daniele Hypólito - que também competia pelo Flamengo - contou a sua decepção, já que era torcedor e sempre defendeu o clube, mesmo em situações constrangedoras, como quando não estava recebendo salários, inclusive em épocas de competição.

"Eu peguei uma tristeza muito grande. O amor pelo clube continua, mas essa gestão foi radical e não viu a história dos atletas no clube. O Flamengo sempre pregou o amor à camisa. Eu fiquei no Flamengo em gestões em que eu não recebi o salário. Na época do Márcio Braga (ex-presidente), eu fiquei um ano inteiro sem receber salários. Mesmo assim, continuei. E agora estou sem clube e sem perspectiva de um novo contrato", continuou o atleta.

O ginasta ainda revelou que acredita que o incêndio, que aconteceu no dia 29 de novembro de 2012 por um curto-circuito que atingiu o centro poliesportivo do clube, na Gávea, acabou favorecendo a situação, e Diego disparou contra a direção: "O incêndio que aconteceu no acabou sendo muito útil para eles. Mas os dirigentes do Flamengo continuam recebendo salários altíssimos".

O atleta disse ainda que teria se oferecido para ficar no clube mesmo com uma redução de salário, mas que não obteve resposta positiva. "Duas semanas antes de ser mandado embora, eu procurei a direção, para dizer que continuaria no clube mesmo com salários menores, que eu aceitaria a redução do meu salário, afinal, eu queria continuar no Flamengo até o fim da minha carreira. Mas, depois de todo esse meu esforço, nada aconteceu. Me parece até que é uma questão pessoal deles conosco. A minha vida inteira eu vivi com os salários atrasados no Flamengo e isso não foi um grande problema. Eu queria continuar lá", revelou.

Apesar de dizer que nunca deixará de ser flamenguista, o atleta - que pretende atuar no máximo por mais quatro anos já que está, atualmente, com 26 anos - lamenta que a direção do clube tenha agido dessa maneira com ele.

Questionado se voltaria ao Flamengo, Diego respondeu: "Com esta gestão que está aí, não sei. Sinto que ninguém me quer lá dentro. É importante dizer que eu não estou falando dos torcedores, mas sim dos dirigentes".

Por fim, Diego aproveitou para questionar pontos importantes sobre a gestão da nova diretoria, preocupado com os jogos Olímpicos de 2016, programados para acontecer no Rio de Janeiro. "Como é que você me explica, que, no ciclo de uma Olimpíada, ainda não existe um ginásio de ginástica no Rio? Como é que os atletas que treinavam no Rio estão tendo que ir para São Paulo? Tudo o que está acontecendo é muito estranho. Eu não consigo dizer que eu fui rejeitado pelo Flamengo, porque esta gestão não representa o clube que eu tanto amo", encerrou.

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