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Mães aprovam crianças em estádios de futebol, mas com ressalvas

NE10
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Publicado em 11/05/2012 às 17:29
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Quando menores de idade, Norma Marinho e Ariane Carvalho não tinham permissão para ir aos jogos do Santa Cruz e do Sport, times por que torcem, respectivamente. 'Papai não gostava que eu fosse para o jogo', conta a tricolor. 'Meu pai era machista e não queria mulher no estádio', diz a rubro-negra. Mas será que, no presente, em meio a um contexto de violência em torno do futebol, elas aprovam a presença de crianças no estádio? Levariam seus filhos a campo a clássicos se eles tivessem dez anos?

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A rubro-negra Ariane, que levava Caio desde pequeno à Ilha do Retiro, continua apoiando a presença de crianças no estádio, mas em locais mais seguros, como as cadeiras e as sociais, principalmente em clássicos.

'Com Caio, bastou ele andar para eu começar a levar para o campo. Hoje em dia, uma criança mais esperta, com uns seis anos, já pode ir. Quando meu neto nascer, é só ele começar a andar para ir para o campo. Agora, em clássico, é diferente. Em clássico eu realmente só levaria se fosse para sociais ou cadeiras. Acho que a rua fica muito perigosa. E, se tiver algum problema dentro do estádio, não tem como proteger', afirma.

Norma diz que sim, mas com ressalvas. 'Depende muito do jogo, quando é clássico fica ruim para levar criança para uma arquibancada. Mas, para uma cadeira, dá. Tem que ter cuidado também na saída. O jogo mais perigoso é o Clássico das Multidões [Santa Cruz x Sport]. Contra o Náutico é mais tranquilo.'

A insegurança no futebol é algo que preocupa Sheyla, filha de Norma, mesmo já sendo adulta. Ela evita clássicos por medo de sofrer alguma agressão. 'Não estou indo nessas finais. Naquele dia do clássico na Ilha do Retiro [na primeira fase], teve duas mortes depois do jogo, que disseram estar ligadas com torcidas. Depois soube que a torcida do Santa tinha espancado um do Sport e fiquei com medo de quererem se vingar.'

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