Pernambuco já lançou grandes jogadores do futebol brasileiro e mundial. Ademir de Menezes, Vavá, Ricardo Rocha, Rivaldo, Juninho Pernambucano, só para citar alguns, todos jogadores de Copa do Mundo. Apesar de hoje apenas Hernanes fazer parte das convocações do técnico Mano Menezes, há outros atletas pernambucanos em busca de sucesso no futebol internacional. Três deles estão na disputa do campeonato nacional mais badalado do mundo, o Espanhol, conhecido como La Liga. O zagueiro Rovérsio, revelado pelo Santa Cruz, joga pelo Osasuna. O volante João Victor, que surgiu como meia no Náutico, defende o Mallorca. O lateral-direito Sueliton, que começou em equipes do Interior do Estado como Vera Cruz, Porto e Vitória, se encontra no Rayo Vallecano.
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Nenhum foi ídolo no futebol pernambucano. Nenhum fez o caminho direto Pernambuco–Espanha. Trilharam caminhos diferentes até lá. O único a embarcar do Aeroporto Internacional dos Guararapes para a Europa foi Rovérsio. Nascido em Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, aos 28 anos, Rovérsio é o mais experiente da turma, com oito anos de futebol europeu. A torcida tricolor deve lembrar do jovem zagueiro, que, em 2004, aos 20 anos, fez um bom Campeonato Pernambucano pelo Santa Cruz, vice-campeão. Naquela mesma temporada, a sua primeira como profissional, o defensor se transferiu para o Gil Vicente, de Portugal, junto com o também zagueiro Sidraílson e o lateral-direito Edson Mendes, que hoje rodam pelo Brasil sem se firmar. Após três anos, foi para o Paços Ferreira. Então atraiu o interesse do Osasuna, que o contrato por quatro anos, pagando 600 mil euros. Está terminando a sua terceira temporada na equipe, da cidade de Pamplona, na região da Navarra. Na temporada 2010/2011 esteve emprestado ao Bétis.
Se 2004 marcou o adeus de Rovérsio a Pernambuco, foi o início para João Victor. O jovem, filho do ex-goleiro Flávio (ex-Sport, campeão brasileiro em 1987), começou nas divisões de base do Náutico como meia. O garoto de Olinda chamava atenção pela qualidade nos passes e pelo bom controle de bola, tanto que, no mesmo ano, foi convodado para a seleção brasileira sub-17. Profissionalizado no ano seguinte, ficou nos Aflitos até 2007. Por entender que faltavam condições para seu desenvolvimento, pela falta de continuidade de jogos, aproveitou o atraso salarial de mais de três meses para obter a liberação do clube na Justiça. Cinco anos depois, é volante do Mallorca, mais marcador. Trabalha para parar atacantes e meias do quilate de Lionel Messi, Andrés Iniesta, Mesut Özil.
Longe de Pernambuco, João Victor enfrenta monstros como Messi
O caminho do Recife até a cidade de Palma de Mallorca foi longo, com escalas no São Caetano-SP, no Treze, de Campina Grande, no Mogi Mirim-SP e até no futebol do Usbequistão, na equipe do Bunyodkor. O fio condutor da carreira dele foi, curiosamente, Rivaldo. O pentacampeão do mundo viu potencial no jogador contratado em 2008 pelo Mogi Mirim, clube que preside, e, com menos de uma semana, o levou para jogar consigo no Bunyodkor. Posteriormente, fez a indicação para a equipe espanhola, onde João Victor se encontra desde o início da temporada 2010/2011, com contrato até 2015.
O novato do ano na Espanha é Suelinton, mais um caso de jogador que não chama a atenção dos clubes grandes de Pernambuco e, no entanto, encontra espaço em outras terras. O lateral-direito, nascido em Vitória de Santo Antão, começou na base do Vera Cruz, com 17 anos, e passou um longo período no Porto, de Caruaru, clube que mais revela jogadores no Estado desde o fim da década de 1990. Chegou a jogar a segunda divisão do Campeonato Pernambucano, pelo Pesqueira, em 2009. A sua carreira começou a mudar em 2010, quando fez um bom Campeonato Pernambucano pelo Vitória, transferiu-se para o ABC-RN e foi campeão da Série C nacional. No início de 2011, apostou em disputar o Campeonato Gaúcho pelo São José-RS, pela maior visibilidade. Acertou em cheio. Teve boas atuações e atraiu o interesse do Rayo Vallecano, recém-promovido à primeira divisão da Espanha.
Temporada de Sueliton serviu para adaptação tática e física ao futebol europeu