Uma cota dentro da cota. Assim o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) define o sistema que implementará a partir do vestibular do final deste ano. Com 50% das vagas da instituição destinadas a alunos da rede pública desde 2008, o IFPE redirecionará metade desse percentual para estudantes oriundos da zona rural. A novidade vale para seus três campus com vocação agrícola: Barreiros e Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata Sul, e Belo Jardim, Agreste.
Para Cláudia Sansil, reitora do IFPE, o novo processo visa assegurar a participação efetiva do aluno que vem do campo na instituição. "A cota é uma forma de fazer com que os campus de vocação agrícola contemplem também o aluno do campo. É um estudante já vocacionado a cursos que são oferecidos nestes espaços. Com isso, minimizamos a evasão escolar através do processo de acesso", garante a reitora.
No vestibular 2013.1, agendado para o dia 16 de dezembro, 6.150 vagas serão oferecidas para as nove unidades do IFPE no Estado, mais o projeto de educação a distância. Das 3.075 ofertas dirigidas à cota social, em torno de 700 vão para os novos beneficiados. O processo seletivo se dará através da identificação do aluno a partir de comprovante de residência.
POLÊMICA - Sancionada no último dia 29 pela presidente Dilma Roussef, a nova lei de cotas reserva a metade das vagas nas universidades federais e instituições federais de ensino técnico de nível médio a estudantes de escolas públicas. A lei dá preferência a negros, mulatos e indígenas. Na reflexão de Cláudia Sansil, o ideal era que não existisse a necessidade de tal benefício. "Percebo que o governo dá um salto na educação, que deve ser inclusiva e assegurar que a educação é um direito de todos. Evidente que a cota vem no momento em que ainda há algumas desigualdades sociais a serem minimizadas em nosso País", avalia.
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