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Escolha profissional pode ser mais fácil com orientação

NE10
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Publicado em 01/09/2011 às 8:52
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Escolher a profissão que vai seguir é um dos momentos mais sérios e importantes da vida de um adolescente. Nesta época do ano, é comum que muitos estudantes do ensino médio já tenham feito suas escolhas, sejam elas realmente definitivas ou não. Uma recente pesquisa aplicada pela Trajeto Consultoria entre alunos do 3º ano de colégios particulares do Recife apontou que cerca de 40% dos jovens têm pouca ou nenhuma informação sobre o perfil do profissional e do mercado de trabalho no âmbito da carreira que pretendem seguir e, ainda, que menos da metade (cerca de 46%) conhecem os cursos pelos quais têm interesse.

A sondagem concluiu que, apesar da grande oferta e das múltiplas possibilidades de acesso a informações sobre as principais carreiras do mercado, o principal meio utilizado pelos jovens para a escolha da carreira ainda é informal: 75% dos estudantes escolhem a profissão por meio de conversas com amigos e/ou parentes.

Veja outros dados apontados pela pesquisa:

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Desde criança, Tacyana Melo, de 17 anos, sabia que queria ser advogada. Não porque os pais impuseram ou por influência de algum parente ou amigo. "Foi a única área que me identifiquei plenamente", conta. Antes de bater o martelo, Tacyana fez vários testes vocacionais e participou de encontros de orientação com psicólogos da escola. Mas nem assim a dúvida deixou de asssombrá-la. "Tenho muito medo de não me identificar com o curso ou com a profissão mais tarde porque tenho certeza de que não vou ter coragem de desistir".

Para a psicóloga Rafaella Cursino, a orientação profissional é de fundamental importância para que o jovem possa fazer uma escolha consistente. "Claro que não temos garantia nenhuma do futuro; a escolha por determinada profissão também é uma aposta. Mas, se você faz essa opção calcada em bases sólidas, você está minimizando alguns eventuais riscos que possam surgir", afirma Rafaella.

De acordo com a especialista, a escola tem papel fundamental nesse processo de escolha. "A escola tem um papel importantíssimo na orientação profissional, ela é responsável por convocar o jovem a pensar sobre a profissão, o mundo do trabalho e mostrar essas opções aos estudantes", acredita. "E aí é importante deixar claro junto aos pais até onde o trabalho da escola deve ir, para eles saberem se for o caso de procurar uma ajuda mais específica quando os filhos persistem na dúvida".

Segundo dados da pesquisa, a deficiência ou ausência de informação sobre as profissões produz como consequência a falta de motivação para estudar e conseguir êxito no vestibular. "Quando você sabe o que quer, fica mais fácil se dedicar e conseguir um bom resultado", afirma Tacyana, que, além das aulas no colégio, faz também matérias isoladas. "É uma rotina bastante exaustiva e um período cheio em que você abdica de muitas coisas. Chego em casa todos os dias às 23h, e essa semana já perdi duas festas de 15 anos das minhas amigas, mas sei que, no final, tudo vai ter valido a pena", diz a estudante.

Do total de 278 estudantes pesquisados pela Trajeto, somente 40% cumprem seus horários de estudo, 65% admitiram se dispersar em casa e somente 35% consideram ter um bom desempenho escolar. O resultado da pesquisa foi publicado no www.trajetoconsultoria.com.br

ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL - Pensando em dar conta de toda essa demanda que muitas vezes sobrecarrega as instituições de ensino, a Trajeto Consultoria desenvolveu uma metodologia própria de orientação profissional, que auxilia o jovem a decidir seguramente sobre a profissão que deseja seguir. "O programa conta com seis encontros, distribuídos em três estapas. Primeiro, ouvimos a família para saber das expectativas em relação ao jovem e depois o próprio fala de suas preferências, habilidades e aptidões. Diferente dos testes vocacionais, que focam em oferecer um resultado - quase sempre vago - sobre a profissão que mais combina com o aluno, a orientação profissional trabalha com um papel ativo do jovem, no qual ele entrevista profissionais das áreas pelas quais se interessa, conhece aquele mercado de trabalho e, o principal, ele mesmo escolhe a profissão que mais lhe parece adequada ao seu perfil", explica Rafaella.

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